segunda-feira, 17 de agosto de 2009
Rio
A casa estava escura, apenas iluminada pelos primeiros raios de sol.
Falava num sussurro, como se magoasse alguém se falasse mais alto.
Mergulhados na penumbra, todos aguardávamos em silêncio, pelo que todo aquele tempo parecia uma eternidade.
Eu mantinha-me apática... não falava, não comia, não me mexia, não reagia... Tudo parecia uma brincadeira, de muito mau gosto, é certo, mas apenas isso. O meu consciente não me deixava acreditar, e por mais que me debatesse sobre o assunto, não me conseguia convencer.
Para mim não era verdade, nada era real.
Desligou o telefone, e com as lágrimas nos olhos juntou-se a nós...
Algum tempo depois, já o dia havia nascido, saíram todos, um por um, pela porta da sala, desceram e saíram para a rua.
Pela porta da varanda vi-os afastarem-se no fundo da rua.
Desviei os olhos para o rio... como adorava vê-lo ao nascer do sol, mas hoje parecia partilhar os mesmos sentimentos. Estava escuro, baço...
Tal como ele, a vida corre, e um dia acaba...
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