segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Rio


A casa estava escura, apenas iluminada pelos primeiros raios de sol.

Falava num sussurro, como se magoasse alguém se falasse mais alto.

Mergulhados na penumbra, todos aguardávamos em silêncio, pelo que todo aquele tempo parecia uma eternidade.
Eu mantinha-me apática... não falava, não comia, não me mexia, não reagia... Tudo parecia uma brincadeira, de muito mau gosto, é certo, mas apenas isso. O meu consciente não me deixava acreditar, e por mais que me debatesse sobre o assunto, não me conseguia convencer.
Para mim não era verdade, nada era real.

Desligou o telefone, e com as lágrimas nos olhos juntou-se a nós...

Algum tempo depois, já o dia havia nascido, saíram todos, um por um, pela porta da sala, desceram e saíram para a rua.
Pela porta da varanda vi-os afastarem-se no fundo da rua.
Desviei os olhos para o rio... como adorava vê-lo ao nascer do sol, mas hoje parecia partilhar os mesmos sentimentos. Estava escuro, baço...
Tal como ele, a vida corre, e um dia acaba...

terça-feira, 7 de julho de 2009

Renascer de Liberdade

Esperava ter livrado meu ser das lágrimas e da dor...
Esperava ter recuperado minha alma... tremendo engano.

Nunca ser algum terá a divindade de se livrar de quer que seja.

Então deixo novamente meus olhos rolarem, de volta para a planície, para o verde de mais um alvorar resplandecente...
O chilrear das aves sobre o plano, acalmou, um pouco, o alvoroço ecoante em minha cabeça, e por, escassos momentos, me deixei levar pela doce melodia, e então meus olhos se fecharam, e tudo voltou ao que era...
Canhões explodiam por toda a parte, gritos de mulheres horrorizadas pelo terror das ruas, nas quais os edifícios, demasiado danificados, ameaçavam ruir. Crianças escondidas em becos demasiado pequenos, choravam lágrimas sujas de poeira, já famintas e sem esperanças...

Sinto o picar de relva sob meu inerte corpo, e num gritar de desespero, meus olhos se abrem e a planície se desintegra, deixando meu ser abandonado no desolador escuro de noite sem luar...

E se torna assim, mais um tormento, este dia...

Pergunto, do mais profundo de meu coração, se algum dia, o madrugar me acordará, e nele verei um novo renascer de liberdade...

sexta-feira, 3 de julho de 2009

O sorriso...

Tinha acabado de atravessar a pequena ponte em direcção ao lado oposto do parque.

O rio corria com vagar. Não havia muita água...

Era Agosto e fazia muito calor, mas o Sol já se havia escondido, do lado de lá das montanhas.

Depois da ponte, havia uma pequena faixa de pavimento, junto ao muro que separava o rio do parque. e depois havia terra batida, alguns bancos e candeeiros, e uma imensidão de árvores.

Avançou alguns metros sobre o pavimento e foi ao encontro da jovem rapariga sentada no muro à beira rio.

Os seus cabelos loiros, agitavam com a suave brisa de fim de tarde. Os seus pés balouçavam sobre a água que ondulava alguns centímetros abaixo das suas sapatilhas vermelhas.

Colocou-lhe uma das mãos sobre o ombro e ela assustou-se, arrepiando-se ao olhar quem a abordara. Gordas lágrimas se apoderaram dos seus olhos, assim que fixou o olhar triste e preocupado, do rapaz ao qual chama sempre de melhor amigo.

Ela desceu do muro, abraçando o amigo de seguida, e chorando no seu peito...


Ao fim de algum tempo, já noite estrelada, os amigos quebraram o longo e forte abraço.

Com as mãos grandes, desviou os fios dourados da cara dela, podendo assim perder-se no seu triste olhar, como se quisesse ler-lhe a mente... quase lhe tocando a alma.

-Vai ficar tudo bem! - disse ela, elevando a sua pequenina mão à face direita do rapaz.

Um débil, mas sincero, sorriso se formou, lentamente, nos lábios de ambos.

Foi esse sorriso que os fez seguir em frente...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Escada sem Corrimão


É uma escada em caracol
e que não tem corrimão.
Vai a caminho do sol
mas nunca passa do chão.

Os degraus, quanto mais altos,
mais estragados estão.
Nem sustos nem sobressaltos
servem sequer de lição.

Quem tem medo não a sobre.
Quem tem sonhos também não.
Há quem chegue a deitar fora
o lastro do coração.

Sobe-se numa corrida.
Correm-se p'rigos em vão.
Adivinhaste: é a vida
a escada sem corrimão.

David Mourão-Ferreira, Antologia Poética

Paradoxo


Há um caminho escuro que todos procuramos percorrer. Hoje, amanha e sempre... a esse caminho, podemos dar o nome de Vida.
Dizer que a vida é um mar de rosas, e dizer que nada mais que um sorriso basta para a viver, é hipocrisia, mas o paradoxo é que seria muito mais fácil dessa maneira... mas a vida não foi concebida para ser realizada de tal forma, para ser fácil, porque assim, não passaria de um simples e longo percurso em que andaríamos cá apenas para fazer de conta.
Fazer de Conta... como se já não fosse suficiente toda a irrealidade do mundo contemporâneo, ainda teríamos de sobreviver à hipocrisia de uma sociedade que procura viver a vida de uma maneira fácil. Não há sempre motivos para sorrir, por vezes chorar faz bem... Não há sempre uma solução fácil.... Não há sempre um final feliz... mas é nisso que um Viver consiste... em enfrentar e reagir...

Pensar em desistir é sempre mais fácil, principalmente para alguém que nunca nada fez da vida, mas quando toca a outros que amamos e nos são queridos, os papéis invertem-se e tudo se torna num turbilhão, que nos faz querer cair porque não seriamos capazes de sustentar tamanha perda...
Mas depois vem a moral...

Que moral tenho eu, para impedir alguém que fazer algo que por minha cabeça já passou?

Paradoxo, mais uma vez... mas vou fazer o meu melhor....

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Guardião

Procuro em minha alma, motivos que me levam a sentir assim... a dura e rígida razão que me leva a querer em meu mundo me fechar, e, afogar meu ser na solidão, e na amargura de mais um amanhecer...
Olho em volta, e meus olhos nada vêm... nada que, em dia algum, será verdade em meu olhos, que o mundo olham, mas o teu coração já mais alcançam...
De vazio se encheu meu mundo, e, apesar de de toda a força que em mim coloquei, para uma vez mais me levantar, de certo não será a necessária para em meu mundo, novamente colocar, o calor da brisa de luar...
Por meus lábios fechados, se solta o grito de madrugar, encerrado na penumbra de longíncuo uivar. O monstro de plenilúnio me atormenta o espírito e afugenta meu descansar, que em meus olhos se esquece do velho embalar...
Acreditar que teus olhos de diamante, sobre minha rude e ríspida pele algum dia repousarão, será o mesmo que, de livre alma, acreditar em falsa verdade de vida sem solidão.
Anjo que voa e meus olhos não alcançam, luz que, em meu mundo, não ilumina meu rígido e frio coração, voz de melodia élfica e plena, que em meus ouvidos nunca entra.
Será seguro sem ti procurar salvação?
De certo, alimentei promessa impura, de tempos luzidios, e terra escura... alma fugida de meu corpo inerente, deixado por vida, de moribundo e velho traço.
Meu pobre coração levas em tuas pálidas mãos... sonhos de criança que guardei, palavras duras que em minha memória coloquei, imagens de teu sorriso divino. Te tornas guardião de meu mais valioso tesouro. Cuida-lo como teu, e promete devolver-mo, quando dele não necessitares mais...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Se eu pudesse, diria tudo o que significas para mim... mas não consigo.

És como o mar... vais e vens... e eu não te posso agarrar.

O medo de te perder... já passei por ele duas vezes, mas nenhuma delas foi a sério... Começo a perguntar-me se realmente existes...
Os teus passos são frios e silenciosos, mas os teus abraços são quentes e grandes... verdadeiros ninhos de conforto e paz... mas eu apenas os senti uma vez...
Os teus olhos, como pedras preciosas, que eu sempre vejo brilhar, mas nunca para mim... São valiosos de mais, para alguém pobre e fraco como eu...
És a luz dos meus sonhos, e o medo dos meus pesadelos...

Em todos eles estás presente... em todos eles és a vítima.

Será a minha ansiedade de te ter?
Será a minha vontade de te amar?

Viver, e não viver... sem ti, será igual.

Morrer para te amar...

sábado, 21 de março de 2009

O tempo que demorei a reagir, foi o tempo que me fez perder...estava sem forças...
Não conseguia sequer, olhar em frente, nunca mais... era tarde para voltar atrás, estava feito! Nada o poderia mudar!
Olhei-o nos olhos com raiva, mas não me pronunciei sobre o assunto, porque já sabia que iria acabar mal, e mais a mais, eu sou contra a violência! Mas, a verdade, é que dentro de mim sentia uma enorme raiva, uma vontade explosiva de me revelar perante tão serena expressão... mas nada fiz!, permaneci no meu lugar, fixando os seus olhos de chocolate negro.
A sua voz ecoava na minha cabeça, apesar de ele permanecer calado há mais tempo que o esperado... estava estranho! Começava a perguntar-me se tivera entendido o meu estado de espírito... provavelmente sim...
Não me preocupei, nada tinha a esconder!
Ele continuou o seu discurso, continuando sereno, comentando a falta de respeito que um homem cometera perante uma velha senhora, mesmo ali em frente ao banco onde estávamos sentados.
Olhei-o mais de perto,... como podia continuar alheia a tamanha beleza...
Levantei-me e encarei-o, confrontando-o com o que pairava na minha mente! Estava demasiado chateada com ele para passar mais tempo com ele!
Disse o que tinha a dizer, e virei costas... virei costas ao meu "amigo", virei costas a toda aquela beleza, virei costas ao destino... virei costas ao amor da minha vida...!

sexta-feira, 20 de março de 2009

...

Ver o mundo a preto e branco, nunca foi grande solução, e desistir, também não.
Admito, que há dias, em que somos formigas, pequenos e indefesos, mas outros em que somos gigantes, feitos de pedra e ferro, e só existimos para magoar os outros.
Falar, pode servir para muito, mas nunca é o suficiente.
Um fotografia, vale mais que mil palavras, mas cada um pode interpretála de maneira diferente.
Um toque, pode fazer-nos voar...
Um sorriso, pode fazer-nos felizes...

Mas um olhar... um olhar, diz tudo!

O teu olhar magoou-me, fez-me entender o quanto te magoei, o quanto te fiz sofrer... sem necessidade!
O egoísmo humano, é demasiado cruel, para poder ser justificado, e, muito menos, perdoado...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Abismo

No fundo do abismo encontro o castigo

No fundo do abismo encontro-me contigo

No fundo do abismo sinto-me perdido

No fundo do abismo encontro o abrigo



Paredes frias e moldáveis

E tento escrever nelas o teu nome

Nestas pedras frágeis



Sentimentos esquecidos;

Sentimentos perdidos;

Sentimentos ressuscitados,

pelo calor dos teus braços.


Libertei-me das correntes

Agora perene e imune

Subo do abismo

Mas escorrego como se de gelo se tratasse

E estou novamente no fundo



Tu desapareceste

E eu fartei-me de tentar o impossível e,

Desisti,

Morri!

Cansado, trabalhado

Apaixonado.


Este poema não é da minha autoria!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Controvérsias...

Já não é exactamente como era há algum tempo atrás... e estou satisfeita com isso!
Têm sido dias solarengos e quentes, e com eles veio uma nova etapa, ou pelo menos é o que eu sinto... sim, porque nem sempre esta alegria se prolonga, e a verdade, é que já não a sentia há muito tempo!
Admito que já estou um pouco farta de tanta depressão, tanta melancolia... para quê??? Não deu em nada... só serviu para me afundar cada vez mais, para fazer coisas que nunca tinha sonhado fazer... serviu para criar vícios que nunca pensei possuir!
E também já estou bastante farta de tanta preocupação! Eu gosto de ter o meu espaço, e quem me conhece bem, sabe perfeitamente que odeio que se preocupem comigo! Prefiro passar despercebida! Odeio ser o centro das atenções!!! Mas certas pessoas não parecem entender isso! Nada do que eu fiz foi para chamar à atenção!!!

Agora, que vejo as coisas de uma perspectiva mais longínqua, consigo ver as parvoíces que cometi! E isso assusta-me!

Mas de uma coisa estou certa... aprendi muito, sobre mim mesma! Aprendi que por mais forte que te possa parecer, sou muito fraca!
Aprendi isso da boca de uma pessoa que nunca pensei que mo dissesse!

Mas agradeço... porque, por mais que tenha chorado nessa noite e no dia seguinte, a verdade é que superei... foi esse berro que me fez acordar da apatia inóspita em que mergulhei há meses atrás... antes disso que não via nada! Não era nada!

Agora sinto que posso recuperar e retomar o meu caminho!

Só tenho medo, de me perder de novo!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Começa a ser um pouco difícil encontrar as palavras para te dizer o que sinto... está preso dentro de mim, e as emoções começam a esconder-se... nada acontece.

Olha para mim! Consegues ver-me desaparecer???
Estou a perder todas as minhas forças, a cair na escuridão...
Algo me pressiona... não sei bem o quê, mas algo tão forte que quase não me deixa respirar...

Tira este peso de cima de mim!
Impede-me de cair no escuro... acho que tenho medo do que há lá em baixo!
És o único que sabe! O único que conhece a sensação! O único que me pode impedir de me reconfortar no escuro do fundo... não quero lá ficar!

Cada vez que tento falar, há algo que soa na minha cabeça, uma voz... que muda tudo! Não quero ouvi-la nunca mais!

Não é demasiado tarde, para deixar de pensar num futuro! Estou a tentar encontrar a minha saída, por favor, tira este peso de cima de mim!!!

Cada vez que escolho virar-me e ir embora, sei que não o consigo fazer sozinha, mas, apesar disso, tento... só que, o valor é alto de mais, e eu não tenho capacidade de o pagar! É demasiado pesado!

Mas não penses que depois de me ajudares ficarás sozinho! Não!, haverá alguém por de trás daquela porta que olhara por ti, e te ajudará! Já que a mim já não me é permitido!

Tira este peso de cima de mim! Sei que não é demasiado tarde!
Ambos seremos o que queremos ser!!!

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Presente enfeitiçado...

Ainda ouço as tuas palavras a ecoarem pela minha cabeça... nunca pensei que fosse tão doloroso...
Procurei fazer com que te sentisses melhor, tentei colocar um sorriso na tua cara, quando abrisses a prenda que te entreguei! Pensei que tinha feito uma grande coisa, que tinha acertado no que querias... mas estava enganada...
Tudo o que recebi foi um sorriso forçado, uma expressão de desilusão que não querias mostrar, mas que te escapou! Não tens culpa... alias, a culpa é toda minha!
Eu é que não consigo nunca ler o que pensas, e muitas vezes ouvir o que me dizes...

Talvez não te conheça tão bem como penso...

Magoaste-me com as tuas palavras... nem um beijo de agradecimento! O esforço foi todo meu, e no fim, nada, foi o que recebi...

Mas mais uma vez a culpa foi minha, é sempre minha! Eu é que errei, não tu! Ninguém me pediu nada!... mas podias ao menos esforçar-te...

Vi-te ir embora, como se voltasses no dia seguinte... brindei-te com o meu melhor sorriso, apesar de tudo o que me passava pela cabeça naquele momento!
Saber que não te consigo atingir, por mais que te ame, por mais que te admire, faz-me sentir o mais insignificante dos seres... saber que não te consigo ler... faz-me pensar que não te consigo amar...

Como serei eu capaz de entender outrem, se nem a ti te consigo entender?

Não serei capaz... nunca conseguirei...

Gostava de te poder abordar, e de te contar tudo o que se passa comigo... os últimos tempos afastaram-nos tanto, como a distância do Polo Sul ao Polo Norte... mas não sou capaz de te contar... não por não confiar, mas por não querer magoar!
Sinto-me triste, por não poder partilhar contigo, e vais culpar-me um dia, e será muito pior... mas eu não te quero magoar... não quero que saibas que magoo o meu corpo por tua causa, por causa do mundo...
Não posso permitir que derrames uma única lágrima por mim!
Não posso permitir que te consumas pela minha dor...

És o ser mais brilhante no meu mundo... aquele que consegue iluminar o fundo para onde me mudei...

Gostava de voltar a ser criança... só desejava que nada disto fosse verdade!!! Só desejava que isto não passasse de um sonho...

Infância Esquecida


Chovia muito... demasiado na minha opinião, e não parecia querer parar!
Eu caminhava sozinha, sem destino, sem motivo..., apenas caminhava...

Os últimos dias tinham sido atribulados, cansativos..., mas tudo isso no bom sentido! Tinham sido dias animados e quentes!
Mas algo me incomodava.. era estranho! Podia dizer que por momentos, por escassos momentos tinha voltado a sentir felicidade... sim, felicidade! Mas esse sentimento tivera sido apagado por algo bem mais forte...

Parei num parque... estava escuro e vazio, molhado.

Memórias... muitas memórias rolavam na minha cabeças. Memórias de dias de sol e sorrisos, brincadeiras; dias de chuva e lágrimas... dias de Felicidade!

Sentei-me no banco a meio do parque, o banco onde nos sentávamos todos os dias, depois da escola, durante anos. Quase posso dizer que esse banco nos viu crescer, e assistiu à maior parte dos melhores momentos das nossas vidas!
Nesses tempos, vivíamos a nossa vida, não nos preocupávamos com o mundo à nossa volta..., éramos apenas crianças, que queriam viver!
Não imaginávamos o rumo que cada uma das nossas vidas levaria, o que mudarias em apenas alguns anos...

Ainda me lembro das tuas risadas, dos teus gritos de felicidade... de quando deste o teu primeiro beijo e tiveste a tua primeira namorada... das horas que passava a gozar contigo pelo teu engraçado sotaque nortenho... ou simplesmente, das horas que passávamos abraçados, à sombra das árvores à nossa volta...
Ainda me lembro do dia em que te foste embora... do dia em que ambos tivemos de dizer adeus... das lágrimas que chorámos juntos, por termos de nos separar...
Ainda me lembro do momento em que disseste que nunca me esquecerias... Será que não esqueceste mesmo?

Foi a nossa infância... a nossa infância feliz...

Agora, 4 anos mais tarde, não sei onde paras... mas sei que estás algures atrás de mim, só que eu não te consigo ver..., não tenho essa capacidade!

A nostalgia que se instala, é dura, corrói, destrói, magoa...

Teria mesmo de ser assim?

Levantei-me...

...retomei o meu caminho...

...uma lágrima escapou!

Tomámos direcções diferentes, as nossas vidas separaram-se...

Somos adultos agora, mas a nossa infância não será esquecida!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Por vezes desejamos que momentos como este durem para sempre, que sejam imortais, que possamos vive-los a qualquer momento!
Na verdade não são, mas o simples facto de podermos vive-los, torna-se a melhor sensação do mundo.

Agora me apercebo o quão egoísta fui nestes últimos tempos, ao ponto de pensar em deixar tudo o que amo, todos os que amo e que sei que me amam a mim, por uma estupidez! Realmente não sei onde tinha a cabeça!
Lamento que tenha sido assim, e quando penso, por vezes, chego a ter vergonha!
Sei que não fui a única e nem serei a ultima pessoa a sentir e ver desta maneira, mas posso dar-vos a certeza que aprendi!

Oh sim, se aprendi!

Em alturas, cheguei a ter medo de mim mesma, o que poderá ser verdadeiramente estranho para quem nunca sentiu desta maneira, mas infelizmente é verdade!

Mas agora não quero olhar para trás, nem sequer pensar! O que vivi foi demasiado estúpido e o que fiz foi demasiado egoísta!

Vou olhar em frente e viver! Sim, viver! Finalmente vou viver de novo, e sinto-me feliz por isso, e isso vê-se... está reflectido nos meus olhos, no brilho dos meus cabelos, no meu sorriso, na minha maneira de falar!
Vou atrever-me a ser eu mesma, e deitar fora a minha mascara!

Quem gostar gostou, quem não gostar que vá dar uma volta!

De uma coisa estou certa!, poucas pessoas me conhecem de verdade e apenas uma sabe TUDO o que se passou comigo nestes últimos tempos! E ainda bem... sinto demasiada vergonha!

Agradeço aos meus amigos, aos verdadeiros, e a um em especial, por me terem aberto os olhos e me terem mostrado o verdadeiro valor da vida!

O meu "reset" está formado!, e não vou deixar que nada nem ninguém volte a perturbar a ordem e controlo da minha vida!, ou pelo menos vou tentar...