sábado, 20 de março de 2010

Silêncio...


Contas o silêncio, como quem conta o vento... agarras o vazio...

Apontas a verdade de mentirosa, e negas-te a ouvir o que a sanidade tem a dizer aos teus vícios...

Procuras um refugio... refugias-te no caos, porque te recusas a contar o silêncio. E quando o caos te é negado, gritas, recusas-te a contar o silêncio.

E quando a neve começa a cair?
Contas o silêncio, com cada floco de neve. Mas rapidamente manchas o branco silêncio de encarnado caótico, porque esse sangue te faz voltar ao normal...

Agarras o vazio, e pintas-o de azul... penduras o céu, de amarelo florescente.
Esborratas as nuvens com as mãos, pérolas lágrimas de fundo do mar... mar de inferno...

Pele negra de horizonte, onde cai branco silêncio macio... Ásperas amarguras do passado constante, liberta, dizes tu, de males violetas e sonoras mágoas...

Haverá mais silêncio, que o branco silêncio?
O vermelho caótico, mais silencioso que o branco silêncio, mais horrível que o negrume do horizonte... mais silencioso que o azul vazio...