terça-feira, 7 de julho de 2009
Renascer de Liberdade
Esperava ter recuperado minha alma... tremendo engano.
Nunca ser algum terá a divindade de se livrar de quer que seja.
Então deixo novamente meus olhos rolarem, de volta para a planície, para o verde de mais um alvorar resplandecente...
O chilrear das aves sobre o plano, acalmou, um pouco, o alvoroço ecoante em minha cabeça, e por, escassos momentos, me deixei levar pela doce melodia, e então meus olhos se fecharam, e tudo voltou ao que era...
Canhões explodiam por toda a parte, gritos de mulheres horrorizadas pelo terror das ruas, nas quais os edifícios, demasiado danificados, ameaçavam ruir. Crianças escondidas em becos demasiado pequenos, choravam lágrimas sujas de poeira, já famintas e sem esperanças...
Sinto o picar de relva sob meu inerte corpo, e num gritar de desespero, meus olhos se abrem e a planície se desintegra, deixando meu ser abandonado no desolador escuro de noite sem luar...
E se torna assim, mais um tormento, este dia...
Pergunto, do mais profundo de meu coração, se algum dia, o madrugar me acordará, e nele verei um novo renascer de liberdade...
sexta-feira, 3 de julho de 2009
O sorriso...
Tinha acabado de atravessar a pequena ponte em direcção ao lado oposto do parque.
O rio corria com vagar. Não havia muita água...
Era Agosto e fazia muito calor, mas o Sol já se havia escondido, do lado de lá das montanhas.
Depois da ponte, havia uma pequena faixa de pavimento, junto ao muro que separava o rio do parque. e depois havia terra batida, alguns bancos e candeeiros, e uma imensidão de árvores.
Avançou alguns metros sobre o pavimento e foi ao encontro da jovem rapariga sentada no muro à beira rio.
Os seus cabelos loiros, agitavam com a suave brisa de fim de tarde. Os seus pés balouçavam sobre a água que ondulava alguns centímetros abaixo das suas sapatilhas vermelhas.
Colocou-lhe uma das mãos sobre o ombro e ela assustou-se, arrepiando-se ao olhar quem a abordara. Gordas lágrimas se apoderaram dos seus olhos, assim que fixou o olhar triste e preocupado, do rapaz ao qual chama sempre de melhor amigo.
Ela desceu do muro, abraçando o amigo de seguida, e chorando no seu peito...
Ao fim de algum tempo, já noite estrelada, os amigos quebraram o longo e forte abraço.
Com as mãos grandes, desviou os fios dourados da cara dela, podendo assim perder-se no seu triste olhar, como se quisesse ler-lhe a mente... quase lhe tocando a alma.
-Vai ficar tudo bem! - disse ela, elevando a sua pequenina mão à face direita do rapaz.
Um débil, mas sincero, sorriso se formou, lentamente, nos lábios de ambos.
Foi esse sorriso que os fez seguir em frente...