Esperava ter livrado meu ser das lágrimas e da dor...
Esperava ter recuperado minha alma... tremendo engano.
Nunca ser algum terá a divindade de se livrar de quer que seja.
Então deixo novamente meus olhos rolarem, de volta para a planície, para o verde de mais um alvorar resplandecente...
O chilrear das aves sobre o plano, acalmou, um pouco, o alvoroço ecoante em minha cabeça, e por, escassos momentos, me deixei levar pela doce melodia, e então meus olhos se fecharam, e tudo voltou ao que era...
Canhões explodiam por toda a parte, gritos de mulheres horrorizadas pelo terror das ruas, nas quais os edifícios, demasiado danificados, ameaçavam ruir. Crianças escondidas em becos demasiado pequenos, choravam lágrimas sujas de poeira, já famintas e sem esperanças...
Sinto o picar de relva sob meu inerte corpo, e num gritar de desespero, meus olhos se abrem e a planície se desintegra, deixando meu ser abandonado no desolador escuro de noite sem luar...
E se torna assim, mais um tormento, este dia...
Pergunto, do mais profundo de meu coração, se algum dia, o madrugar me acordará, e nele verei um novo renascer de liberdade...
1 comentário:
Claro que sim. Um dia a tempestade dissipa e aí o sol brotará no horizonte. Vai correr tudo bem .
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