sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Presente enfeitiçado...

Ainda ouço as tuas palavras a ecoarem pela minha cabeça... nunca pensei que fosse tão doloroso...
Procurei fazer com que te sentisses melhor, tentei colocar um sorriso na tua cara, quando abrisses a prenda que te entreguei! Pensei que tinha feito uma grande coisa, que tinha acertado no que querias... mas estava enganada...
Tudo o que recebi foi um sorriso forçado, uma expressão de desilusão que não querias mostrar, mas que te escapou! Não tens culpa... alias, a culpa é toda minha!
Eu é que não consigo nunca ler o que pensas, e muitas vezes ouvir o que me dizes...

Talvez não te conheça tão bem como penso...

Magoaste-me com as tuas palavras... nem um beijo de agradecimento! O esforço foi todo meu, e no fim, nada, foi o que recebi...

Mas mais uma vez a culpa foi minha, é sempre minha! Eu é que errei, não tu! Ninguém me pediu nada!... mas podias ao menos esforçar-te...

Vi-te ir embora, como se voltasses no dia seguinte... brindei-te com o meu melhor sorriso, apesar de tudo o que me passava pela cabeça naquele momento!
Saber que não te consigo atingir, por mais que te ame, por mais que te admire, faz-me sentir o mais insignificante dos seres... saber que não te consigo ler... faz-me pensar que não te consigo amar...

Como serei eu capaz de entender outrem, se nem a ti te consigo entender?

Não serei capaz... nunca conseguirei...

Gostava de te poder abordar, e de te contar tudo o que se passa comigo... os últimos tempos afastaram-nos tanto, como a distância do Polo Sul ao Polo Norte... mas não sou capaz de te contar... não por não confiar, mas por não querer magoar!
Sinto-me triste, por não poder partilhar contigo, e vais culpar-me um dia, e será muito pior... mas eu não te quero magoar... não quero que saibas que magoo o meu corpo por tua causa, por causa do mundo...
Não posso permitir que derrames uma única lágrima por mim!
Não posso permitir que te consumas pela minha dor...

És o ser mais brilhante no meu mundo... aquele que consegue iluminar o fundo para onde me mudei...

Gostava de voltar a ser criança... só desejava que nada disto fosse verdade!!! Só desejava que isto não passasse de um sonho...

Infância Esquecida


Chovia muito... demasiado na minha opinião, e não parecia querer parar!
Eu caminhava sozinha, sem destino, sem motivo..., apenas caminhava...

Os últimos dias tinham sido atribulados, cansativos..., mas tudo isso no bom sentido! Tinham sido dias animados e quentes!
Mas algo me incomodava.. era estranho! Podia dizer que por momentos, por escassos momentos tinha voltado a sentir felicidade... sim, felicidade! Mas esse sentimento tivera sido apagado por algo bem mais forte...

Parei num parque... estava escuro e vazio, molhado.

Memórias... muitas memórias rolavam na minha cabeças. Memórias de dias de sol e sorrisos, brincadeiras; dias de chuva e lágrimas... dias de Felicidade!

Sentei-me no banco a meio do parque, o banco onde nos sentávamos todos os dias, depois da escola, durante anos. Quase posso dizer que esse banco nos viu crescer, e assistiu à maior parte dos melhores momentos das nossas vidas!
Nesses tempos, vivíamos a nossa vida, não nos preocupávamos com o mundo à nossa volta..., éramos apenas crianças, que queriam viver!
Não imaginávamos o rumo que cada uma das nossas vidas levaria, o que mudarias em apenas alguns anos...

Ainda me lembro das tuas risadas, dos teus gritos de felicidade... de quando deste o teu primeiro beijo e tiveste a tua primeira namorada... das horas que passava a gozar contigo pelo teu engraçado sotaque nortenho... ou simplesmente, das horas que passávamos abraçados, à sombra das árvores à nossa volta...
Ainda me lembro do dia em que te foste embora... do dia em que ambos tivemos de dizer adeus... das lágrimas que chorámos juntos, por termos de nos separar...
Ainda me lembro do momento em que disseste que nunca me esquecerias... Será que não esqueceste mesmo?

Foi a nossa infância... a nossa infância feliz...

Agora, 4 anos mais tarde, não sei onde paras... mas sei que estás algures atrás de mim, só que eu não te consigo ver..., não tenho essa capacidade!

A nostalgia que se instala, é dura, corrói, destrói, magoa...

Teria mesmo de ser assim?

Levantei-me...

...retomei o meu caminho...

...uma lágrima escapou!

Tomámos direcções diferentes, as nossas vidas separaram-se...

Somos adultos agora, mas a nossa infância não será esquecida!

sábado, 3 de janeiro de 2009

Por vezes desejamos que momentos como este durem para sempre, que sejam imortais, que possamos vive-los a qualquer momento!
Na verdade não são, mas o simples facto de podermos vive-los, torna-se a melhor sensação do mundo.

Agora me apercebo o quão egoísta fui nestes últimos tempos, ao ponto de pensar em deixar tudo o que amo, todos os que amo e que sei que me amam a mim, por uma estupidez! Realmente não sei onde tinha a cabeça!
Lamento que tenha sido assim, e quando penso, por vezes, chego a ter vergonha!
Sei que não fui a única e nem serei a ultima pessoa a sentir e ver desta maneira, mas posso dar-vos a certeza que aprendi!

Oh sim, se aprendi!

Em alturas, cheguei a ter medo de mim mesma, o que poderá ser verdadeiramente estranho para quem nunca sentiu desta maneira, mas infelizmente é verdade!

Mas agora não quero olhar para trás, nem sequer pensar! O que vivi foi demasiado estúpido e o que fiz foi demasiado egoísta!

Vou olhar em frente e viver! Sim, viver! Finalmente vou viver de novo, e sinto-me feliz por isso, e isso vê-se... está reflectido nos meus olhos, no brilho dos meus cabelos, no meu sorriso, na minha maneira de falar!
Vou atrever-me a ser eu mesma, e deitar fora a minha mascara!

Quem gostar gostou, quem não gostar que vá dar uma volta!

De uma coisa estou certa!, poucas pessoas me conhecem de verdade e apenas uma sabe TUDO o que se passou comigo nestes últimos tempos! E ainda bem... sinto demasiada vergonha!

Agradeço aos meus amigos, aos verdadeiros, e a um em especial, por me terem aberto os olhos e me terem mostrado o verdadeiro valor da vida!

O meu "reset" está formado!, e não vou deixar que nada nem ninguém volte a perturbar a ordem e controlo da minha vida!, ou pelo menos vou tentar...