quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Cansada de respirar

Está frio, muito frio aqui dentro. Estou cansada de escrever, de observar, de ouvir... estou cansada de respirar...
Ouço vozes desconhecidas, contam histórias de outrora, buzinam-me aos ouvidos, riem. Riem tão alto que fazem eco na minha cabeça. Saiam!
Estes vermes que me consomem, que escalam o meu corpo e entram na minha mente sem autorização! Saiam! Monstros imundos e sem escrúpulos! Sugam-me a energia... Deixam-me cansada de respirar.
Ouço melodias alheias, coisas de outros mundos, línguas que desconheço, gargalhadas malévolas e respirações em falso. Estes monstros comem-se uns aos outros!
Observo aqui de cima, os vultos passam lá em baixo, trapaceiros e maldosos, atropelam-se num reboliço sem fim. Saiam! Vigentes de merda! Relógios de corda estragados. Obsoletos e inertes?!
Saiam, monstros malditos!
Drenaram-me... Sugaram-me o sangue e a alma! Deixaram-me cansada, cansada de tanto respirar...

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