Está frio, muito frio aqui dentro. Estou cansada de escrever, de observar, de ouvir... estou cansada de respirar...
Ouço vozes desconhecidas, contam histórias de outrora, buzinam-me aos ouvidos, riem. Riem tão alto que fazem eco na minha cabeça. Saiam!
Estes vermes que me consomem, que escalam o meu corpo e entram na minha mente sem autorização! Saiam! Monstros imundos e sem escrúpulos! Sugam-me a energia... Deixam-me cansada de respirar.
Ouço melodias alheias, coisas de outros mundos, línguas que desconheço, gargalhadas malévolas e respirações em falso. Estes monstros comem-se uns aos outros!
Observo aqui de cima, os vultos passam lá em baixo, trapaceiros e maldosos, atropelam-se num reboliço sem fim. Saiam! Vigentes de merda! Relógios de corda estragados. Obsoletos e inertes?!
Saiam, monstros malditos!
Drenaram-me... Sugaram-me o sangue e a alma! Deixaram-me cansada, cansada de tanto respirar...
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