Senti o mundo explodir dentro do meu peito... Senti o vazio depois da partida e fui-me abaixo.
Mergulhei na penumbra e deixei-me levar pela corrente. Senti-me sufocar, a água entrou nos meus pulmões como uma melodia e eu não consegui retrair-me.
Deixei-me levar na corrente porque talvez soubesse que seria melhor assim...
Senti tudo desabar por baixo de mim, sem motivo aparente, emoções acumuladas, talvez...
Tudo à minha volta estava turvo, o som abafado, estava submersa. Só conseguia ouvir os meus próprios soluços, sentir o meu corpo estremecer a cada inspiração. A água lavou-me a cara, o corpo... Senti-me exposta na minha mais pura vulnerabilidade. No entanto, sentia o meu coração quente, a ferver, por sentimentos e emoções que nem eu sei descrever... São meus e eu desconheço-os.
Não sei nada. Nada do que me rodeia faz sentido, e eu não o estranho, deixo-me envolver pela incógnita que inseres em mim, pelo calor que advém da tua existência e anulo-me instantaneamente. O meu ser interior perde-se por mil palavras, esqueço-me do que nos envolve e deixo-me aconchegar pelo reflexo que vejo em ti. Perco-me por entre palavras e gestos... E a realidade parece mais pobre quando te ausentas...
Deixo o meu coração desfazer-se neste pequeno texto... Há uma incógnita que permanece por esclarecer, talvez amanhã, talvez hoje, talvez nunca...
Hoje chorei...
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